Tiradentes Esquartejado (Pedro Américo,1893)
Curiosidades
sobre Tiradentes
Dia 21 de abril é dia de Tiradentes,
feriado nacional aqui no Brasil.
Algumas pinturas de Tiradentes mostradas nos livros e outros meios de comunicação, foram feitas, por Décio Villares, Pedro Américo e Cândido
Portinari. Percebe-se que todas elas representam Tiradentes como Cristo,
apesar do rosto verdadeiro nunca ter sido realmente conhecido.
- Seu nome completo era Joaquim José da Silva
Xavier. Nasceu no ano de 1746, na Fazenda do Pombal, distrito de São João del
Rey, em Minas Gerais. Porém, não há registro da data de seu nascimento, apenas
do seu batismo, em novembro daquele mesmo ano.
- Ao contrário do que seu apelido insinua,
Tiradentes não suportava arrancar dentes. Ele era muito mais a favor de
preservar os dentes do que arrancá-los. Porém, quando arrancar era
irremediável, ele colocava coroas artificiais, feitas de marfim e de osso de
boi, que ele mesmo fabricava.
- Aos 40 anos, se apaixonou por Ana, uma menina
de 15 anos, mas ela já estava prometida a outro homem. Tiradentes nunca se
casou, mas teve 2 filhos – João, com Eugênia Joaquina da Silva, e Joaquina, com
a viúva Antônia Maria do Espírito Santo.
- Tiradentes tentou várias profissões: dentista,
tropeiro, minerador e engenheiro. Entrou, então, para a Sexta Companhia de
Dragões de Minas Gerais, como alferes, uma espécie de segundo-tenente.
- Tiradentes está diretamente ligado ao movimento
que ficou conhecido como “Inconfidência Mineira”. Os historiadores preferem
“Conjuração Mineira” já que o que aconteceu em Minas Gerais foi um ato
organizado para conquistar a independência do país e não um ato de deslealdade,
traição ou infidelidade, que servem para traduzir a palavra inconfidência.
- Segundo relatos da época, Tiradentes era alto,
magro e muito feio. Ele nunca usou barba e cabelos longos. Como militar, o
máximo que se permitia era um discreto bigode. Ele foi enforcado no Rio de
Janeiro, com a barba feita e o cabelo raspado, no dia 21 de abril de 1792.
- “Pois seja feita a vontade de Deus. Mil vidas
eu tivesse, mil vidas eu daria pela libertação da minha pátria”, teria dito
Tiradentes ao ouvir serenamente a sua sentença de morte.
- Após o enforcamento, seu corpo foi
esquartejado. As 4 partes foram postas em alforjes com salmoura, para serem
exibidas no caminho entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. A casa de Tiradentes
em Vila Rica foi demolida, e o chão, salgado, para que nada brotasse naquele
solo.
- A cabeça de Tiradentes foi levada do Rio de
Janeiro para Vila Rica, em Minas Gerais e ficou exposta num poste em frente à
Igreja Nossa Senhora dos Remédios dos Brancos. Na terceira noite, foi roubada e
nunca mais foi encontrada.
- Foi no Rio de Janeiro que Tiradentes entrou em
contato com as ideias revolucionárias iluministas. O que poucos sabem, é que
ele também se dedicou a projetos de melhoria urbana do Rio. Idealizou
abastecimento regular da cidade, construção de moinhos, trapiches, armazéns,
além de serviços de barcas de transporte de passageiros.
- Ironicamente, 30 anos depois de ter projetado
essas melhorias, Dom João VI mandou fazer a canalização do rio, seguindo os
planos de Tiradentes. Em 1889, exatamente 100 anos depois, o engenheiro André
Paulo de Frontin canalizou as águas da Serra do Tinguá, dentro dos mesmos
moldes arquitetados pelo inconfidente.
- Tiradentes não foi considerado um herói tão
logo morreu e só passou a ser cultuado 98 anos após a sua morte. Como defendia ideais
iluministas republicanas e antimonarquistas, durante o período imperial brasileiro,
seu nome quase não era citado.
- Em 1870, o movimento republicano o elegeu como
mártir cívico-religioso e antimonarquista. A data de sua morte tornou-se
feriado nacional em 1890. A primeira pintura oficial também data deste ano, de
autoria de Décio Villares, que apresenta Tiradentes como Cristo, com barbas e
cabelos longos.
- Tiradentes teve também exaltada sua imagem de
militar patriota, quando nomeado patrono da nação pelo governo militar, em
1965, enquanto os movimentos de esquerda não deixaram de recorrer a ele como
símbolo de rebeldia.
- Tiradentes é o único brasileiro cuja data de
morte se comemora com um feriado nacional.
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