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domingo, 15 de maio de 2011

Sócrates, o "pai da filosofia"


Foi no momento de esplendor de Atenas e da democracia ateniense que Sócrates (470-399 a.C) floresceu, expressão que tradicionalmente designa o período de atuação dos filósofos, em especial da Antigüidade.
Sócrates estudou as doutrinas de seus antecessores (os chamados pré-socráticos) e concluiu que elas eram um emaranhado de teorias conflitantes, além de inexistir um modo efetivamente satisfatório de se decidir por uma delas.
Além disso, Sócrates também questionou o interesse do conhecimento desenvolvido pelos que vieram antes dele, o qual se voltava para a natureza o mundo e do universo. Sócrates se perguntava em que isso afeta o nosso comportamento. Para ele, mais importante era saber o que é bom, o que é certo, o que é justo, ou seja, estabelecer um conhecimento que ajudasse a pautar uma conduta correta para o ser humano.
Método socrático
Porém, o filósofo acreditava que ninguém tinha as respostas definitivas para essas perguntas. Desse modo, perambulava por Atenas, fazendo as questões que considerava básicas sobre moralidade e política. As pessoas se reuniam a sua volta e Sócrates lançava uma questão.
A cada resposta, fazia novas perguntas, levando a pessoa a aprimorar sua resposta inicial ou descartá-la. Desse modo, basicamente ele estimulava a discussão e se definia como um "parteiro de idéias". Vale lembrar que a crença em idéias abstratas, como bondade, beleza, justiça, etc., seria desenvolvida posteriormente por seu discípulo Platão.
De qualquer modo, a postura de Sócrates exerceu uma influência subversiva sobre os atenienses, pois ele os ensinava a questionar tudo e, além disso, muitas vezes expunha a ignorância de indivíduos com poder e autoridade.
Envenenamento
Tornou-se assim uma pessoa mal-vista. O dramaturgo Aristófanes faz uma caricatura dele na peça "As Nuvens", onde um pai manda o filho estudar com Sócrates para aprender uma maneira de não pagar as contas e de convencer os credores de que eles não devem ser pagos.
O governo de Atenas, contudo, não reagiu com o mesmo bom humor às práticas socráticas. Ao contrário, prendeu-o por corrupção da juventude e por questionar os deuses da cidade. Condenou-o a morrer por envenenamento, bebendo cicuta. Entretanto, deu-lhe oportunidade de defender-se e negar seus ensinamentos.
Apesar de dizer que não tinha ensinamentos positivos a oferecer, mas apenas perguntas a fazer, a linha de questionamento de Sócrates revela as crenças subjacentes a muito do que ele diz. Duas delas merecem ser destacadas.
Uma delas é que o ser humano deve preservar sua integridade acima de tudo. Para Sócrates, a verdadeira catástrofe consiste na corrupção da alma. Por isso, ele dizia que é melhor sofrer uma injustiça do que cometê-la.

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